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75 anos de Israel por Eitan Gottfried

As últimas duas semanas representam o período de maior confusão emocional que se vive no mundo judaico em geral, mas especialmente aqui em Israel. Em 1951 o Estado de Israel decidiu oficializar as datas nacionais de lembrança. Sendo assim, 27 de Nissan se transformou em Iom Hashoá, o dia de recordação das vítimas e dos heróis do Holocausto. Após uma semana, em 4 de Iyar, marcamos o Iom Hazikaron, dia de lembrança dos soldados caídos e vítimas do terrorismo. Já no dia seguinte mudamos drasticamente a temperatura no coração, e celebramos no dia 5 de Iyar o dia da independência israelense, o Iom Haatzmaut.

A grande maioria de nós cresceu tendo Israel como um fato óbvio. Viajamos para lá regularmente, escutamos músicas israelenses, ficamos nervosos quando ficamos sabendo de algum episódio de segurança, e extasiados quando finalmente ganhamos algum jogo de futebol. Hoje, sem dúvida, Israel é parte integral da nossa identidade judaica contemporânea.

Porém, é sempre vital lembrar que Israel, há pouquíssimo tempo, era somente um sonho bem improvável. Uma coisa de maluco, para ser mais exato. E que num processo político-social impressionante, a partir de sonhadores e de muito suor, de Herzl a Golda, o rumo da história judaica mudou drasticamente quando há 75 anos se proclamou a independência do Estado de Israel.

Existem muitas explicações sobre a proximidade de datas tão difíceis como Iom Hashoá e Iom Hazikaron, do dia de maior felicidade que é Iom Haatzmaut. Para mim, a proximidade das datas vem nos lembrar do milagre que é a existência de Israel. É um tempo para refletir sobre aqueles que não tiveram nem chance de sonhar, como na Shoá. Sobre aqueles que sonharam, mas não conseguiram realizar seus sonhos, porque caíram defendendo o país. E sobre nós, que vivemos sonhando acordados, realizando diariamente as profecias e os anseios de milhares de anos. E que temos como privilégio e obrigação continuar a sonhar pelos próximos 75 anos que vêm pela frente.

Iom Haatzmaut Sameach! Feliz 75 anos de Israel!

Eitan Gottfried

Deixo aqui um texto do Rav Kook, um dos pensadores (e sonhadores) sionistas mais importantes do século 19-20, dentro da sua coleção de ensaios "Orot Hakodesh":

Os grandes sonhos

são a fundação do mundo.

Os níveis são diferentes.

Sonhadores são os Profetas - No sonho, falarei nele.

Sonhadores são os poetas

durante o dia,

Sonhadores são os grandes pensadores

do concerto do mundo.

Todos nós somos sonhadores

De quanto Deus permitiu o retorno a Tzion.

Chalomot gdolim

Iesod olam hem.

Hamadregot shonot hen.

Cholmim haneviim -

Bachalom edaber bo.

Cholmim hem meshorerim behakaitz,

Cholmim baalei hamachshava hagdolim

leTikun Olam.

Cholmim anu kulanu

Beshuv Adonai et Shivat Tzion.

החלומות הגדולים

יסוד העולם הם.

המדרגות שונות הן.

חולמים הנביאים    -

בחלום אדבר בו.

חולמים הם המשוררים

בהקיץ,

חולמים בעלי המחשבה הגדולים

לתיקון העולם.

חולמים אנו כולנו

בשוב ה' את שיבת ציון.

 

Thu, 21 November 2024 20 Cheshvan 5785